Caminhava pelos corredores do Hospital
Psiquiátrico Eduardo Ribeiro quando me deparei com um jovem paciente lendo um
livro de filosofia, achei aquilo estranho, ele não parecia pertencer àquele
ambiente, destoava completamente. Resolvi então indagá-lo: - O que você faz
aqui meu camarada? Ele me olhou por cima dos seus pequenos óculos redondos,
analisando-me, percebendo que eu não era médico, enfermeiro ou paciente (ainda
não), respondeu: - É muito simples. O meu pai vivia me mandando trabalhar, a minha
mãe dizia para eu parar de ser vagabundo, o meu professor falava que eu não
tinha talento algum, o pastor dizia que só Jesus na minha vida, minha namorada
achava que desse jeito não vou ser um cara bem-sucedido, meus amigos do
Facebook só curtiam e compartilhavam o politicamente correto - uma farsa - e
queriam que eu fizesse o mesmo... Ninguém me olhava como se deve olhar um
homem, mas como se olha no espelho. resolvi me internar aqui neste asilo. Pelo
menos aqui eu posso ser eu mesmo.
De João Pinheiro Neto.
Baseado num conto de Kahlil Gibran.
Baseado num conto de Kahlil Gibran.
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