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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A CALCINHA DE ELIZABETHE


Na sala dos professores juntei meu material didático e fui para a sala de aula. Quando entrei, que coisa! Uma aluna debruçada sobre o parapeito enorme do antigo estabelecimento de ensino – Instituto de Educação do Amazonas -, que dava para a avenida principal do centro de Manaus, a Av. Eduardo Ribeiro, mostrava com sua minissaia propositalmente cortada, fora dos padrões da indumentária escolar, suas partes intimas sem calcinha. No começo não acreditei no que meus olhos viam, por isso cheguei mais perto. Uma aluna que sentava perto falou “É..., professor, é isso mesmo que o senhor ta vendo, ela não usa calcinha”. Percebendo minha presença a aluna deu um pulo e saindo da janela disse “Desculpe, professor. Estava falando com minha irmã lá embaixo”. “Tudo bem, Elizabethe”, era o nome dela, “Mas depois da aula quero falar com você”, disse eu. No final da aula ela veio falar comigo e foi logo dizendo “Professor, realmente eu estou sem calcinha, mas não é por nada não, é que eu toda vez que uso calcinha fico toda cheinha de bolinhas vermelhas, tipo alergia. Eu venho com calcinha pra escola, mas quando eu chego aqui eu tiro”. Pensei por alguns instantes e comentei “Certo, Bhete, mas cuidado”. A morena se despediu com um sorriso e se foi. Fiquei ali na sala sozinho pensando, quando percebi alguma coisa sobre a carteira da Elizabethe. Ao me aproximar da carteira vi que era uma calcinha. Instintivamente levei aquele objeto ao nariz e cheirei, que perfume... que delícia. Até hoje não sai da minha alma.

De João Pinheiro Neto.

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