Era um tempo em que não havia internet, portanto, não poderia haver também sites de relacionamentos para as pessoas exporem “seus” pensamentos, “sua” maneira de ser. Por isso, quando alguém queria copiar ou imitar uma pessoa, uma idéia ou qualquer outra coisa aqui em Manaus, só poderia através das informações dos jornais, dos livros, da TV ou observando o jeito de se vestir, de falar ou de se comportar de alguém. Então, quando se percebia, claramente, que era uma imitação descarada, se dizia “é um macaco de imitação”. E quando se queria “passar um trote”, usava-se o telefone convencional, se passando por..., imitando a voz de..., e por aí vai.
Hoje vivesse a era da cópia, da fotocópia, do plágio, da pirataria, da imitação barata, que acabam com os direitos autorais. Mas não se trata aqui de se discutir esta questão, mas observar o que aconteceu ontem numa escola particular da Zona Oeste desta cidade, que mobilizou ontem um grupo de elite das tropas da Polícia Militar a monitorar a entrada dos alunos. Aconteceu que uma ameaça – via internet - supostamente feita por um aluno de treze anos, fã das páginas de conteúdo nazista num site de relacionamento, faria um atentado na escola, causou pânico entre os pais dos alunos. Supõe-se que a ameaça veio de outro site de relacionamento: um outro aluno criou um falso perfil e espalhou esse boato.
Mil desculpas a espécie dos macacos por esta analogia com a imitação da espécie homem. O homem é que é responsável pela criação do “macaco de imitação”. Tudo começou nos circos, quando se vestia os macacos com roupas e os faziam se comportar como se fossem humanos, tudo para fomentar o riso dos espectadores. Mal sabem que acham graça de si mesmos. Nós somos os verdadeiros “macacos de imitação”; vivemos imitando uns aos outros.
Fatos recentes de chacinas em escolas acontecidos em outros lugares do mundo chegam à velocidade das informações via satélite, vapt-vupt. Por isso, deve-se tomar todo cuidado com os loucos imitadores de outros loucos, que podem realmente cometer atentados terrorista; como, também, repudiar o “trote” via internet, que pode refletir infantilidade no caso de um menino de 13 anos; e, se maior de idade, que pena, falta amadurecimento.
Na vida real o “macaco de imitação”, no cinema o “Planeta dos Macacos: A Origem”. No cinema, um cientista trabalha em um laboratório, onde são realizados experiências com macacos. Ele está interessado em descobrir novos medicamentos para a cura do mal de Alzheimer, já que seu pai sofre da doença. Ao seu lado conta com a ajuda de uma especialista em primatas. As experiências realizadas fazem com que a inteligência dos macacos aumente bastante, ao ponto deles escaparem de suas gaiolas e enfrentarem os humanos pelo controle da Terra. Quem está imitando quem nessa história? O que constata a inteligência: a fuga da gaiola ou o enfrentamento dos humanos pelo controle da Terra? Parece piada, estamos sempre nos enfrentando, controlando e destruindo o planeta, mas continuamos fazendo de conta que não é problema nosso. Como dizia o personagem “macaco” num antigo programa de televisão o “viva o gordo”: o culpado sempre é o macaco.
A pergunta que fica é: quando vamos dar sinal de inteligência, quando vamos sair da nossa gaiola, não para nos enfrentarmos e controlar a Terra, mas para compartilhar, amar e respeitar nosso semelhante?
João Pinheiro Neto é filho de dona Etelvina
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