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domingo, 14 de maio de 2017

VIRADA EPISTEMOLÓGICA

Candinho quando começou a pensar que entendia de política, acreditava que todo político é farinha do mesmo saco, só se interessa pelo pobre quando precisa do voto dele, depois que é eleito já era. E nas rodadas com amigos falava que se estivesse no lugar deles – dos políticos – também faria a mesma coisa, aquele negócio do “rouba, mas faz”, ele iria roubar um pouquinho porque ele não era besta.
Quando chegava tempo de eleição seu candidato era aquele que iria ganhar com certeza, porque não queria perder seu voto. Candidato fraco não ganha eleição, e ele não era um perdedor, como o seu time do coração ele era um campeão. Se falavam de outro candidato para ele, logo retrucava que esse não iria ganhar, que esse não tinha dinheiro, que esse quer é “se fazer”, que esse coitado quer é roubar também.
Candinho é serviço gerais de uma grande empresa nacional e ficou surpreso quando a Polícia Federal chegou para prender o “seu patrão”, ficou mais surpreso ainda quando aquele político amigo do seu patrão também foi preso e apareceu na Rede Globo. E foi vendo... foi vendo... Um após outro político e empresário, um tal de lobista, um tal de marqueteiro, a esposa e os filhos deles, e por aí vai, sendo presos. E foi vendo... foi vendo... Viu um Juiz capa preta aparecendo como paladino da justiça mandando buscar e prender todo mundo, inclusive um ex-presidente do Partido Vermelhão; viu ele mandar grampear o telefone da presidenta eleita do país, também vermelhona; viu o juiz mandar relatórios das operações antecipadamente para jornais, revistas e televisão, que estas formatavam do jeito que lhes aprouvessem, segundo seus interesses. Candinho viu outros Partidos cheio de corruptos e gente fantasiados de verde-amarelo cantando o Hino Nacional enrolados na Bandeira Nacional pedindo o fim da corrupção. E foi vendo... foi vendo... Viu congressistas sendo dirigidos por um mentiroso, que negava possuir contas no exterior com dinheiro sujo, acusarem a Presidenta Vermelhona de ter feito “Pedaladas” que ele não entendia muito bem o que era, e que por isso pediam o “impitimam” dela. E foi vendo... foi vendo... Viu um país dividido entre lados que tinham toda a razão nas suas convicções: uns que diziam que para por ordem na casa tinham que tirar a Presidenta; e, outros que diziam que a ordem estava sendo construída, que se tirassem a Presidenta eleita agora, era Golpe contra a Democracia.
Mas o que Candinho entende muito bem é essa tal de CRISE, pois todo fim de mês percebe que seu salário vai perdendo o poder de compra. O que não entende bem é que para outros a crise parece não afetar em nada as suas vidas e que, no entanto, embalados pela propaganda, enchem a boca com filé e champanha para falar em crise nos shoppings e clubes da cidade.

Agora Candinho parou de “ver” e começou a “espiar”. E foi espiando... foi espiando... Espiou que os congressistas brasileiros que estão se movendo para retirar a presidenta Dilma Rousseff não estão na melhor posição para julgá-la, pois 60% deles enfrentam acusações que variam de fraude eleitoral a homicídio. Candinho que só conhecia pedaladas quando Robinho jogava, agora sente saudade de um tempo que ainda não aconteceu... Pedala, Dilma!

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