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sexta-feira, 23 de maio de 2014

A PONTE SEM CORRIMÃO

Eu e o mestre Rosendo estávamos a caminho do Bar do Armando.
Um aposentado perguntou ao mestre:
- Meu amigo, o que devo fazer para ser feliz?
- Divirta-se, viva a vida com alegria e preocupe-se só em curtir cada momento.
Continuamos a caminhar. Nesse momento um jovem estudante aproximou-se.
- Professor, o que tenho que fazer para ser feliz?
- Não se divirta tanto, ocupe sua vida com estudo e trabalho - Disse o mestre Rosendo.
Quando o estudante partiu, comentei:
- Meu amigo, parece que você não sabe direito se devemos ou se não devemos nos divertir.
E assim falou o mestre:
- João, a vida é uma ponte sem corrimão, atravessando um abismo. Se alguém está muito perto do lado direito, eu digo "para a esquerda!". Se se aproxima do esquerdo, eu digo "para a direita". Os extremos nos afastam do caminho.

De João Pinheiro Neto.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

ORAÇÃO PARA TUPÃ

Tupã
Pai do homem da floresta
Cuida de mim
Protege meu tapiri
Guia minha canoa
Pelos caminhos de rio
Dá-me a Paz
Mas se a guerra for inevitável
Livra-me das flechas inimigas
E faz de mim tua fortaleza...

De João Pinheiro Neto.

domingo, 18 de maio de 2014

BOTA OUTRO, PENOSO!


Na rua Visconde de Porto Alegre, no Centro de Manaus, grupos de irmãos disputavam quem "cortava" mais papagaios (pipa) do que o outro: os Cabral, os Pinheiro, os Jatobá, os Simões, os Coelho, os Oliveira, os Braga e muitos outros. O céu colorido com nossos papagaios era nossa arena. De todos os tamanhos, linha, carretel e cerol. Os papagaios do "Russo", que morava na Joaquim Nabuco, eram os melhores. Mas não significava que não sabíamos fazer os nossos papagaios e cerol. Até ficava melhor quando nós fazíamos os nossos próprios, e até ficava mais divertida a disputa. Porque sabíamos do trabalho e o tempo dispensado na confecção artesanal das nossas "armas voadoras". Eita correria quando "quedava" um papagaio, os moleques corriam atrás com varas e "boles" para capturá-lo e levantá-lo de novo. Tempo bom que hoje não tem, hoje os moleques estão dentro de suas casas com vídeo e controle remoto nas mãos, jogos eletrônicos que apagam a essência da liberdade infantil, da inocência criativa de ser criança - apesar da brincadeira de papagaio ser de todas as idades. Quando cortávamos com cerol a linha de um papagaio do outro grupo gritávamos "Bota outro, penoso!". Que bom seria se eu pudesse agora gritar e ver acontecer outra vez o sorriso que se perdeu no tempo...
João Pinheiro Neto.

LENDA

O velho professor entrou no banheiro dos professores, colocou o pipi enrugado para fora e estava mijando. Não fechou a porta direito, que foi aberta pela jovem colega professora recém aprovada no concurso. Ela olhou espantada para o bilau encolhido que mijava e perguntou:
- Que história é essa, professor!
- Não é história... é lenda.