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domingo, 24 de junho de 2012

GRITO

Todo dia a mesma coisa no mundo do tudo muda 
As forças já não são as mesmas de antes 
Mas continua a velha exploração das forças 
Muda as formas e os modelos de produção 
Junto com a ciência e a tecnologia 
Máquinas de metal substituem máquinas de carne 
O pensamento programado é a nova linguagem 
No entanto, as forças de trabalho ainda sangram 
Nas velhas linhas que tecem mortalhas 
No cotidiano das fábricas, na boca do dragão 
Nos malditos corredores da fome e da agonia 
E a pobreza se espalha no munda da razão 
Onde o destaque é a irracionalidade da conquista 
Do poder do capital esmagando corpos acéfalos 
Desde as muralhas da China ao "inferno verde" 
Condenados se multiplicam nas ruas, campos e avenidas 
Vermelhos estão seus olhos, nas mãos uma bandeira 
Não há mais solidão nas praças, nem luta isolada 
O mundo precisa te ouvir... 
Grita operário!  


De João Pinheiro Neto.

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