"Vou dar um pulinho aí", e desligou o telefone. Fiquei um furacão de ansiedade, passando as páginas do cérebro, relembrando cada palavra dita "vou", "dar", "um", "pulinho", "aí". De repente me vi olhando a estante de livros e um título me chamou atenção "Princípios de Linguística Geral", com trema ainda. É, parece sacanagem, o Cara lá de cima tá curtindo com minha cara. Não tinha outro livro para Ele jogar na minha cara. Como um ímã peguei o livro e, aleatoriamente, abri em uma página, de cara uma frase se lia "Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde os tempos pré-históricos, de sons a que se dá o nome genérico de voz, determinados pela corrente de ar expelida dos pulmões no fenômeno vital da respiração, quando, de uma ou outra maneira, é modificada no seu trajeto até a parte exterior da boca". Foi assim que exclamei "puta que pariu!!!". Peguei o telefone e comecei a digitar uma mensagem de texto "vem logo, porra!!!". A ansiedade me fez, em vez de apertar "enviar", apertar "excluir". Tive que digitar novamente. Uma mensagem de volta lia-se "sua mensagem não foi enviada, tente mais tarde". Puta que pariu, é pra acabar!!! Só não joguei o telefone pra fora da canoa, porque ainda tinha a esperança que tu poderias ligar. Não deu outra, tocou, era você, aquele toque de chamada da nossa música, "alô", "não vai dar pra passar aí hoje não". Puta que pariu. Claro que não falei pra você escutar, mas pensei alto "puta que pariu". Foi aí que encontrei essa imagem que agora reproduzo para ti. Quando eu te pegar, não vai ter arrego!!!
De João Pinheiro Neto.
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