Era uma vez... uma amiga “entendida” convicta chamada Solange, mas gostava de ser chamada Sol. Se achava macho pra caramba. Frequentava o bar Kat-kero na Rua Floriano Peixoto no centro de Manaus em pé de igualdade com a rapaziada: Jogava porrinha, cuspia no chão, olhava pra bundinha das garotas que passavam na calçada indo e vindo do Colégio Estadual Pedro II. E também gostava de tomar umas doses de vodka. Preferência: pura com uma rodela de limão pra tirar o gosto. E todo mundo sabe que c# de bêbado não tem dono. Se vacilar, dança.
Lá pelos meados de outubro de 2005, Sol tomou um porre daqueles em que o pinguço começa por chamar Jesus de Genésio e daí pra frente tudo é festa. Alegrinha como ela só, resolveu jogar porrinha com um tal de Paulo Pauzão. Jogo pra valer. Apostado.
Mas não era o dia de sorte de Sol. Não dava uma dentro. Depois de ficar mais dura do que peito de travesti e não ter mais o que apostar, aceitou o desafio de Paulo Pauzão:
- Vamos disputar uma melhor de três. Se você ganhar eu deixo tu dar uma esfregada na minha maninha, agora, se perder... eu como o teu “roscófi”... Topas?
Sol, que há muito tempo estava de olho na irmã do Paulão, não pensou duas vezes. Não avaliou o risco. Só em pensar na irmãzinha do Paulão, peladinha na sua frente, já ficou com tesão. E sabe como é: quando o tesão acontece o raciocínio padece.
- Topo!!!
Mas aquele não era mesmo seu dia. Perdeu a melhor de três. E teve que pagar.
No dia seguinte aparece Sol, toda sem jeito, andando com as pernas abertas, com um indisfarçável constrangimento. Parou no balcão, pediu o de sempre, olhou meio sem graça pro Paulão Pauzão e suplicou:
- Pô! Pauzão... o que aconteceu, aconteceu. Tudo bem... mas não espalha por aí não, senão vão pensar que eu sou viado !!!
J.P.N.
16/03/2013