Postagens populares

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

DEUS É GRANDE!



 “DEUS É GRANDE!” diziam os três terroristas islâmicos que com metralhadoras AK-47 invadiram a sala de reunião do jornal satírico francês CHARLIE HEBDO e abriram fogo contra jornalistas e cartunistas que estavam na reunião de pauta que acontece toda quarta de manhã (7/1/2015, 11h30 da manhã, hora local). Então eu me pergunto “Que crentes são estes que em nome de Deus matam pessoas?”. Claro que a religião Islâmica não é responsável por este ato irracional em nome de Deus. Pelo pouco que conheço da religião islâmica sei que seus fieis, não necessariamente muçulmanos, buscam a Deus (Alá, em árabe) como no cristianismo e judaísmo, uma busca pela PAZ e o AMOR entre os homens.
Sei que o profeta Maomé, fundador do islamismo, seria descendente do primeiro filho de Abraão, Ismael. Moisés e Jesus seriam descendentes do filho mais novo de Abraão, Isaac. Abraão, o patriarca do judaísmo, estabeleceu as bases do que hoje é a cidade de Meca e construiu a Caaba - todos os fiéis do Islã se voltam a ela quando realizam suas orações. Portanto, a raiz do Islamismo, Judaísmo e Cristianismo é a mesma: Abraão. Então por que tanta violência em nome de Deus? Será que é por aquela antiga imagem de um Deus que se irrita, fica irado, castiga, tem sentimentos iguais aos sentimentos humanos?
A riqueza humana está nas diferentes culturas por nós construídas, e as dessemelhanças fenotípicas e genotípicas é o que nos torna belos para a raça humana. Por isso penso que o que pode justificar tamanha violência é a ignorância, e que seu estremo tem por base a irracionalidade. As interpretações radicais das palavras “sagradas” de acordo com interesses individuais ou de grupos dão origem ao “trolamento” da fé, o fanatismo.
É para viver a paz e o amor ao próximo que eu “mato” Deus todos os dias quando sou humano, essencialmente humano. É preciso esquecer Deus para sermos humanos, vivermos nossa humanidade, amar e ser amado sem o temor a Deus. Sempre achei que Deus não tem nada a ver com temor. Amor não é temor, é nossa luta diária por um mundo melhor para todos. O amor essencialmente humano não carece da intermediação de um Deus para ser exercido na sua total intensidade, isto é, na sua realidade material e concreta. E quando minha alma repleta de satisfação por realizar este amor ao próximo se enxerga nas minhas boas obras, Deus renasce como uma paz infinita no meu coração.
Imagino que se os porcos tivessem racionalidade e tivessem que pintar os seus Deuses, estes deveriam ter a imagem e semelhança de um porco, e o paraíso seria chafurdar na lama. (Heráclito de Éfeso, sécs. VI-V a.C.).